quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Reforma do novo Missal
É de se esperar que a mudança no missal tenha por finalidade tornar o centro de toda liturgia católica mais acessível ao povo para que ele assim venha participar melhor do sacrifício da missa. Nem dez por cento — ou bem menos — das pessoas que têm o hábito de assistir a missa compreendem todo o seu significado. Associar a missa s Santa Ceia não é difícil, embora, por praticidade, seja de todo impossível colocar todos os fiéis em volta do altar; mas descobrir onde se acha a parte sacrifical da missa não é tão fácil. Realmente a imolação encontra-se obscura para a maioria dos fiéis. O ato sacrifical se encontra nas próprias palavras proferidas na consagração: “Tomai e comei: isto é o meu corpo que será entregue por vós”. Prosseguindo: “Tomai, tomai, todos e bebei; este é o cálice do meu sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por todos, para a remissão dos pecados, fazei isto em memória de mim”.
Jesus proferiu estas palavras sacramentais na última ceia umas dezenove horas ou vinte horas, aproximadamente, antes de consumar o seu sacrifício na cruz, em razão disso ele falou — traduzindo do aramaico para o português — no futuro do indicativo “será”. Na missa o celebrante ordenado está no lugar de Jesus como sumo sacerdote. Naquele momento o oficiante realiza dois eventos distintos que se complementam: 1º — Transforma o pão e o vinho no corpo e no sangue de Jesus Cristo. 2º — Oferece a Deus Pai, a Justiça Divina, a vítima imolada, o corpo sem sangue e o sangue sem corpo — ambos divinos — do Cordeiro de Deus para a remissão total dos pecados de toda a humanidade passada, presente e futura.
Jesus, como mestre, quis ensinar aos apóstolos como perpetuar para a posteridade a sua imolação incruenta que iria tão somente se realizar cruenta na cruz no dia seguinte, em razão disto ele só poderia ter falado no futuro do indicativo: “será”.
Na re-apresentação desse sacrifício, na missa, o celebrante que está no lugar do Cristo, então deveria falar no presente, ou melhor, ainda, no presente do subjuntivo: “Está sendo”, que seria uma maneira muito mais correta, enfática, de proferir as palavras contidas na consagração. Se a formula da consagração fosse assim: “... Isto é o meu que corpo que está sendo dado por vós”, mais adiante: “... “Este é o meu sangue... que está sendo derramado por vós e por todos...” seria muito mais compreensível para todos. No opúsculo “Liturgia da Missa” publicado pelas Edições “Lúmen Christi”, de 1969 do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, assim está redigida a Oração Eucarística — na tradução oficial para o Brasil naquela da data pela CNBB e pela Congregação do Culto Divino:” Tomai e comei, todos vós: Isto é o meu corpo que é dado por vós”: mais adiante: “Tomai e bebei, todos vós: este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova aliança, que é derramado por vós e por todos os homens, para a remissão dos pecados”. Note-se que nessa edição pós-conciliar está escrito no presente é ao invés e será, no futuro, futuro esse permanente que nunca será alcançado que poderá dar a idéia que a redenção ainda não se realizou e que será futuramente realizada. Em diversas edições da Bíblia — inclusive a de Jerusalém — também está no presente às palavras da consagração. Não da para entender porque razão CNBB e Sagrada Congregação do Culto Divino não conservou a palavra já anteriormente aprovada: “é” no presente e a alterou para “será”, no futuro. Isso foi feito apenas para repetir as palavras ditas por Jesus em aramaicas depois transcritas em vernáculo nos evangelhos e na Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios? Jesus só poderia falar no futuro em razão do seu sacrifício só se consumaria com a sua morte no dia seguinte.
O verbo no, presente do subjuntivo; está sendo seria mais contundente, mais compreensivo para os fiéis.
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