quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Perda de fiéis
Por que nos últimos vinte anos a Igreja Católica vem perdendo grande número de fiéis, não só no Brasil como também na Argentina, no Uruguai e em toda a Europa?
A resposta pode ser diversa, mas, uma delas, seguramente, é a ignorância religiosa.
Até meados do século vinte a Igreja se manteve através da cultura familiar, embora, mesmo que muitas famílias não fossem lá muito praticante ninguém pensava em deixar a Igreja a fim de procurar outra instituição religiosa. No Brasil naquela época 95% da população era de católicos. Naquela época havia muitos colégios católicos em que a maioria de seu professores eles eram padres ou irmãos e irmãs para os colégios femininos que assim ajudavam manter essa tradição. Isto não quer dizer que as aulas de catecismo tanto dadas nos colégios como nas paróquias fossem pedagogicamente corretas no sentido de dar uma formação solidada no caráter católico aos jovens, tanto assim, que a maioria dos ex-alunos e ex-alunas de colégios católicos não é praticante. Existe na Igreja uma discrepância muito grande, enorme, entre aquilo que é ensinado nos seminários nos dois ou três anos de filosofia e nos quatro ou cinco anos de teologia e os rudimentos da doutrina cristã ensinada aos leigos. De entendê-la que os padres apreenderam muito de teologia, mas, para eles mesmos, para seu conhecimento próprio a fim de poder orientar corretamente suas pregações e, raramente, quando um fiel venha expor uma dúvida sobre a doutrina é que então tirada à dúvida esclarecendo qual é a posição do Magistério da Igreja.
As oportunidades de ensinar a doutrina cristã são muitas; começando pela preparação para a primeira comunhão, para o crisma, para o matrimônio, ainda, a preparação para o batismo dado aos seus responsáveis; pais e padrinhos. Todavia, temos que nos convencer que essas preparações para a recepção dos sacramentos não estão produzindo os efeitos desejados, eis um dos motivos da evasão de fiéis para outras seitas. Qualquer pastor, abrindo a Bíblia levanta dúvidas ao católico despreparado, ou mesmo fazendo críticas ao catolicismo e ele não tem argumentos para rebater as críticas recebidas. Os protestantes ou evangélicos conhecem a Bíblia muito melhor que a maioria dos católicos, a citam com desembaraço capítulos e versículos, de preferência do Antigo Testamento, deixando o católico numa posição de inferioridade porque os católicos se baseiam naquilo que é ensinado pelo Magistério da Igreja através do catecismo. A Bíblia, a palavra de Deus, é interpretada pelo Magistério da Igreja, enquanto no protestantismo cada denominação e até mesmo qualquer crente interpreta a Bíblia a sua maneira, o chamado “livre exame” e é por isso que existem milhares de igrejas protestantes, uma contestando a outra.
A mudança pedagógica do ensino da doutrina cristã, católica, tem que ser repensada, porque do modo que está não produz nenhum efeito, não só no Brasil como em outros países que também perdem continuamente fiéis, não para outras igrejas, como no Brasil, mas também para o indiferentismo, pelo laicismo, pelo materialismo.
As homilias, as pregações feitas nas missas dominicais deveriam ser mais objetivas, programadas para ensinar as verdades básicas do cristianismo, o catecismo sim. No comentário feito sobre feito sobre as sagradas escrituras, de modo especial nos evangelhos sempre existe um motivo, uma oportunidade, para ensinar ou recordar pontos essenciais da doutrina cristã, católica. Também, para reforçar a fé, não apenas contar aos participantes da missa de milagres que foram feitos no passado, mas, sobretudo aqueles milagres que continuam acontecendo, como o de Nossa Senhora de Guadalupe, onde cientistas da NASA descobriram fatos nunca revelados. Como o milagre de Lanciano o de Naju na Coréia, onde a coreana Julia Kim quando recebe a comunhão a hóstia se transforma num pedaço de carne; carne de Jesus Cristo, todos são acontecimentos atuais que Deus concede para animar a nossa fé.
Eu não tenho dúvida que nem dez por cento das pessoas que tem o hábito de frequentar as missas aos domingos se elas sabem o que acontece durante a sua celebração. Como é conhecida a missa como sendo a renovação do sacrifício da cruz, um sacrifício incruento o mesmo valor daquele realizado há dois mil anos. Naquele momento culminante, solene, em absoluto silêncio, quando então o sacerdote transforma o pão no corpo de Cristo e o vinho no seu sangue e em seguida oferece a Deus Pai o corpo imolado; o corpo sem sangue e o sangue sem corpo; ambos divinos.
Criticar é fácil, apresentar solução é mais difícil. Que fazer? Primeiro: os cursos preparação para a recepção dos sacramentos não podem se tornar apenas uma exigência rotineira da Igreja a ser cumprida; um calendário das paróquias para ser observado. Segundo: os cursos devem causar um impacto nos postulantes que vão receber o sacramento. Os cursos pretórios têm que provocar conversões, uma mudança de vida. Terceiro: Aquela criança, adolescente ou adulto nos cursos de preparação para a recepção dos sacramentos eles tem que ficar sabendo por que eles não protestantes, mulçumanos, espíritas, umbandistas, budistas, hinduístas, etc. Porque não devem acreditar em horóscopos, em astrólogos, em cartomantes, em curandeiros etc. Essas pessoas têm que ficar sabendo por que essas religiões ou crenças e crendices são incompatíveis com a religião católica e prepará-las para responder qualquer pergunta de pastores ou ministros dessas religiões ou crenças e embusteiros. Aqueles que estão se preparando para a recepção de uns dos sacramentos têm que ficar sabendo por que razão a Igreja é contra o aborto em qualquer circunstância, contra a prática do homossexualismo e a ordenação de mulheres, temas tão discutidos ultimamente.
Existe uma predisposição dos candidatos a recepção dos sacramentos em acolher aquilo que lhes são ministrados, é preciso saber aproveitar bem essa predisposição. Não raro aqueles, principalmente os adultos, quando terminam os cursos saem decepcionados, porque eles não receberam aquilo que esperavam.
O essencial é a preparação dos catequistas. O catequista precisa estar convencido de que ele é um missionário, um enviado da Igreja para cumprir uma missão. Ele tem a missão de converter pessoas; crianças ou adultos para Deus. Converter é virar pessoas da indiferença para com Deus para amá-Lo sobre todas as coisas, mesmo. Todos os catequistas deveriam fazer um curso especial de teologia para leigos de no mínimo três anos. Quem poderia também ser catequista seriam os seminaristas estudantes de teologia, que além deles começarem a prestar um serviço a Igreja, por sua vez eles também começariam a exercitar o seu ministério missionário adquirindo uma boa experiência pastoral prática, enquanto estão estudando. Antes de dar inicio de catequese, todos os anos, os catequistas deveriam fazer um retiro de três dias fechados, não de apenas algumas horas, tanto para primeira a primeira comunhão como os demais sacramentos.
Mas, como estabelecer uma nova pedagogia, como aproveitar essas oportunidades que são oferecidas para aqueles que desejam se preparar para a recepção dos sacramentos? Não basta fazê-lo conhecer ou recordar o Credo, os dez mandamentos, as virtudes teologais e morais, os sacramentos, as obras de misericórdia, etc. Além desses conhecimentos básicos essenciais que devem ser ensinados ou recordados, cumpre ao catequista missionário provocar uma verdadeira conversão de costumes naqueles a quem são ministrados os cursos. Não basta o catequista estar bem preparado na matéria que ele vai ministrar para surtir os efeitos desejados, porque o catequista tem que ser um modelo de católico. Porque somente quem vive a sua fé consegue transmiti-la, somente quem vive as esperança e a caridade quem conseguem transmiti-las. O catequista tem que demonstrar claramente a sua fé, a sua esperança e a sua caridade, ele não pode deixar essas suas virtudes latentes, tem que manifestá-la com desassombro com testemunhos vividos por ele.
O catequista tem que ser um homem ou mulher de oração, de vida interior profunda para conseguir os efeitos desejados na sua missão evangelizadora.
Por que existe a Igreja? Qual é o seu principal objetivo?
Fazer com o católico viva a sua fé cotidianamente. Fazer com que ele se lembre que está neste mundo de passagem e que o seu fim é a vida eterna com Deus.
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